sexta-feira, 5 de junho de 2015

Ilha do Mel - Dezembro 2014

Mais um final de semana maravilhoso na fantástica Ilha do Mel, onde fomos com o pessoal do SESC-PR. Um lugar privilegiado do litoral paranaense, onde pudemos usufruir de toda natureza, harmonia e belezas locais, da magia e da cultura nativa. Uma verdadeira maravilha preservada. A noite as estrelas parecem estar ao nosso alcance, e a areia brilha conforme seu movimento. Um espetáculo, uma reserva ecológica paradisíaca que traz um encontro definitivo com a alegria de viver. Sem ruas, a ilha é pródiga de trilhas que conduzem a todos os lugares.

Embarcamos em Pontal do Sul com destino á Encantadas, considerado um dos lugares mais encantadores da Ilha do Mel. O recorte da costa forma um relevo muito rico e com belas paisagens, vale a pena cada passo dado para chegar nestas praias.
Chegando lá fomos até a gruta, uma das maiores atrações de Encantadas, está envolta em fantasia sobre lindas mulheres que atraem os homens nas noites de luar. Um lugar encantador.
Dali pegamos novamente o barco para Nova Brasilia, principal ponto de desembarque para que busca conhecer a Ilha toda, é o lugar ideal para se aventurar na ilha e ainda usufruir da boa infra estrutura turística existente.
Seguimos até a pousada da Dona Marlene, alojamos nossas bagagens e fomos recepcionados com um maravilhoso almoço. Descansamos um pouco e fomos encarar as escadarias do Farol das Conchas, construído em 1872 por ordem de D.Pedro II, e até hoje vem orientando os navegadores que adentram a baia de Paranaguá. Da ponta do Farol pode-se ter uma vista alucinante de toda a Ilha. É um passeio imperdível. Como a tarde era livre aproveitamos para tomar um belo banho de mar nas águas límpidas da praia das Conchas.
A noite fomos até o "centrinho", onde ficam os barzinhos e restaurantes. Caminhando pelas trilhas com lanternas, chegamos a um barzinho bem aconchegante onde fizemos um lanche, tomamos uma cervejinha e ainda curtinhos um reggae.
Na manhã seguinte acordamos cedinho para ver o nascer do sol, uma maravilha, todos os adjetivos seriam poucos para descrever tanta beleza. Depois de uma sessão de fotos, voltamos para a pousada para um farto café e partimos para uma caminhada até a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres.
O forte á beira-mar, construído entre os anos de 1767 a 1770 com o objetivo de proteger a Baía de Paranaguá dos ataques piratas e espanhóis, está bem conservado, com direito a canhões dos séculos 18 e 19. Na parte mais alta, um mirante apresenta as ilhas de Superagui e das Peças. A Praia da Fortaleza é hoje a mais isolada da Ilha, para se chegar nela é preciso andar pela praia a partir de Brasília ou Encantadas. Esta praia é frequentada por quem busca tranquilidade e um maior contato com a natureza, suas águas tranquilas são ótimas para esportes náuticos ou simplesmente para se banhar.
Perto do meio dia terminamos o "desbravamento" pelo interior do forte e redondezas. Voltar 40 minutos a pé com um sol rachando coco nem pensar. A opção que encontramos foi voltar de voadeira; e mais uma vez uma superação, o pavor de andar neste tipo de embarcação. Mas foi muito legal, nossa guia Ana Maria estava junto, ela e o piloto me deixaram bem relaxada e acabei perdendo o medo.
Após o almoço era livre, e como eu adoro água, passei a tarde tomando banho de mar até a hora de voltarmos para a realidade.













Cachoeira São Jorge, Mariquinha, Buraco do Padre - Dezembro 2014

Nesta viagem conhecemos 3 belos atrativos naturais do nosso estado. Pela manhã, visitamos o Cânion e Cachoeira do Rio São Jorge, onde fizemos uma pequena trilha e pudemos contemplar a beleza do local. Considerada uma Unidade de Conservação Municipal, a Cachoeira de São Jorge possui grande beleza, com diversas quedas d’água que se deslizam pelas rochas formando-se cachoeiras, e em um determinado ponto localiza-se a cachoeira principal, com cerca de 30 m de altura. O local possui também áreas de Camping e paredões propícios à prática de rappel, para tal prática deve-se procurar por uma empresa especializada. Alguns corajosos resolveram aventurar um pouco mais e descer até a parte baixa da cachoeira.
Após este atrativo, seguimos até o Buraco do Padre, uma furna com cachoeira dentro, onde também é possível tomar um gostoso banho de cachoeira. Devido ás fortes chuvas que caíram durante a semana, o rio que passa por dentro da entrada da furna estava bem cheio, mas não nos impediu de chegar até a cachoeira e apreciar a maravilha do local.
Depois seguimos até a Cachoeira da Mariquinha, onde tomamos um belo banho nas águas límpidas e geladas da cachoeira.
No final da tarde, fizemos nossa confraternização no Kaffee Loch, onde pudemos degustar um delicioso e farto café colonial.
Como sempre, o pessoal na maior alegria, interagindo, fazendo novas amizades e fortalecendo as antigas.

MATCHUPICHU - UMA ENERGIA ÚNICA

11/09/2013 - Machu Picchu, uma experiência única, a realização de um sonho de muitos anos, uma cidade linda, de tantas belezas, monumentos históricos, praças, igrejas, monastérios, casarões coloniais e sítios arqueológicos. De uma cultura riquíssima, impossível não se encantar com a arquitetura, as ruelas, as ladeiras e especialmente aos moradores da região, sempre muito educados. Uma verdadeira mistura da tradição das civilizações pré-colombianas com a cultura espanhola. Uma terra colorida e muito diferente do que nós brasileiros estamos acostumados.

De trem, van ou carro, percorrem-se vales com montanhas enormes, cruzando pequeninas vilas com casinhas de pedra, daquelas onde a civilização ainda não chegou. Pisam-se caminhos construídos pelos incas e trocam-se experiências e sorrisos amigos com descendentes deles, gente que de muitas maneiras continua usando a língua, as roupas e os costumes de seus ancestrais.
Nosso principal interesse era explorar a região da Cordilheira dos Andes e do Vale Sagrado, sendo Machu Picchu a menina dos olhos de cada um de nós.

Foi uma maratona de Curitiba a Cusco, quase 24 horas entre um voo e outro, horas de espera nos aeroportos, mas não tinha problema, o importante era chegar em Cusco, entre vales, rios e montanhas nevadas é a plataforma para exploração das ruínas incas de Machu Picchu, e também reserva muitas outras atrações.
Finalmente chegamos ao nosso destino, pegamos um táxi no aeroporto e nos dirigimos ao hotel, o contraste é incrível. Em Lima, o melhor aeroporto da América do Sul, a modernidade ao lado de grandes lojas, grifes e salas de embarque impecáveis. Na capital dos incas, o assédio de taxistas, agentes de turismo e promotores de hotel que invadem até a esteira de bagagens. Mas ao longo da viagem íamos nos deparar muito com isso e foi até bom esse choque cultural inicial para a gente ir logo se adaptando.
Cusco fica a 3400 m de altitude, ou seja, não há nenhum lugar no Brasil que seja assim tão alto! Então é só subir alguns degraus ou caminhar um pouco mais rápido, para sentir cansaço dor de cabeça, enjoo, vômitos e até falta de ar, o famoso soroche. Felizmente, nosso grupo não teve nenhum destes sintomas, a não ser o cansaço que resolvemos rapidinho com o chá de folha de coca.

Acomodamos nossa bagagem no hotel, tomamos um banho e saímos para almoçar e fazer um tour na cidade. Compramos o nosso boleto turístico, que dá direito a entrada nas principais atrações arqueológicas da cidade, e resolvemos seguir o roteiro no estilo mochileiro, sem guias ou agente turístico.
O restante do dia fizemos um pequeno tour pela cidade, nos arredores da Plaza de Armas, coração turístico da cidade, onde estão encontramos turistas, mochileiros, aventureiros, gringos e, claro, muitos brasileiros. Bem no centro há um chafariz com uma linda estátua dourada do inca Pachacutec. Duas grandes igrejas se destacam, a Catedral Sagrada Família e a Igreja da Companhia de Jesus, dos jesuítas.
No caminho entre a Plaza de Armas e a Igreja de São Pedro, passamos por várias outras igrejas, aliás, nunca vi tanta igreja em um único lugar, e o que chama atenção, é que todas foram construídas com uma pedra marrom, típica da região.

No trajeto uma infinidade de lojinhas e comércio ambulante onde se vende de tudo, desde empanados, artesanatos até roupas de grife. Buzinas são ouvidas intermitentemente, no cruzamento das esquinas. Os pedestres disputam espaço com táxis, motos, carros, vans, ônibus; a sinalização nesta região é bem precária, o que torna tudo mais encantador.
A arquitetura da cidade é incrível, com base de pedra talhada, paredes muito altas de reboco, em estilo espanhol. Essas pedras se "equilibram" de forma tão perfeita, encaixadas umas ás outras, fixadas num esquema de macho e fêmea que é difícil acreditar que ainda estão em pé e intactas.

Nesta caminhada conhecemos o mercado mais exótico que já vi em toda minha vida, o famoso Mercado San Pedro. Um galpão onde tem de tudo, menos higiene. Mas a experiência é incrível, ver tantas coisas diferentes em um único lugar. Roupas, artesanatos, especiarias, vários tipos de batatas, tantos tamanhos diferentes de milho, pães enormes tipo bolachão empilhados no chão e tantos odores "suspeitos", provenientes da exposição de linguiças, toucinhos, carnes, cabeças de boi, tripas soltas nos balcões, penduradas em ganhos ou largadas no chão e o famoso Cuy, uma espécie de porquinho da índia, iguaria muito apreciada nos andes Peruanos. Isso tudo disputa espaço nos corredores com vendedores abordando turistas, crianças e até cachorros que por ali desfilam.

Fotografamos tudo, afinal tudo era novidade, estávamos deslumbrados com tudo que vimos, era completamente diferente de tudo que eu imaginava.

Depois de todo este bate perna, retornamos ao hotel para tomar banho, descansar um pouco e voltar para as ruas “garimpar” um restaurante para jantar e conhecer a vida noturna em Cuzco. Encontramos um restaurante muito simpático e aconchegante, onde comemos uma pizza e tomamos a famosa cerveja cusquenha. Demos uma volta pela praça compramos nosso boleto turístico e retornamos ao hotel descansar, pois a idéia era acordar cedo no dia seguinte. Assim terminou nosso dia corrido, mas extremamente proveitoso em Cuzco. Lógico, ainda ficou faltando muito para conhecer, mas em apenas uma tarde, priorizamos as principais atrações da cidade, mas o momento mais encantador foi circular pelas ruas de Cuzco e ter contato direto com essa cidade belíssima e seu povo extremamente educado e acolhedor.

13/09/2013 - O Segundo dia – Sacsayhuaman – Q’enqo – Tambomacha – Pukapukara - Ollantaytambo

Optamos em não contratar nenhum guia, negociamos com um taxista e ás 8:30h ele estava em frente o hotel nos aguardando conforme combinado, o roteiro previsto para esse dia incluía as ruínas próximas dali. O motorista nos deixou na primeira delas, Sacsayhuamán. O restante do roteiro faríamos a pé.

Sacsayhuaman é o maior de todos os templos incas da cidade de Cuzco, funcionou como centro cerimonial, uma zona sagrada e de estudos para o povo Inca. Assim como todas as construções Incas, foi construído por pedras gigantes finamente polidas, que se encaixam perfeitamente sem o uso de nenhum tipo de argamassa.
Quando chegamos ao parque uma surpresa. Estava acontecendo o ensaio para a festa warachikuy, que aconteceria no dia seguinte, um ritual que celebra a passagem da adolescência para a vida adulta. Ficamos fascinados com o ritual. A música entrava por entre as paredes das ruínas suavemente. Em alguns momentos tínhamos que parar para perceber a musica, que tocava na alma. Tudo ali era uma sincronia perfeita, a música, a dança, as lhamas andando por todo lado, pessoas com vestes andinas, combinando com as ruínas. Uma sensação de paz tomou conta da gente, indescritível. Para mim foi a parte mais emocionante da viagem.
Depois da sessão de fotos, seguimos morro acima a pé para Qenqo, o famoso refrigerador natural. No caminho encontramos um casal com dois burricos carregados de palha, paramos para a foto “oficial” e quase apanhamos, pois eles queriam nos explorar no preço das fotos, mas acabamos negociando e tudo ficou bem.

Qenqo é uma atração um pouco mais simples, mas não menos interessante. Apenas uma rocha talhada por dentro formando uma mesa cerimonial dedicada a sacrifícios religiosos. Graças a suas características geológicas, a temperatura permanece praticamente constante em seu interior, mesmo com sol forte. Q’enqo era considerado um portal para os reinos inferiores, dentro da mãe terra Pachamama. Em menos de 15 minutos terminamos a sessão de fotos em Quenqo e seguimos adiante no melhor estilo mochileiros.
Fomos caminhando até Tambomachay, templo dedicado ás águas, composto de uma série de aquedutos, canais e várias cascatas de água que correm pelas rochas. Dizem que antes da destruição pelos espanhóis, havia um lindo jardim ali. Para aqueles que acreditam, beber da água de Tambomachay cura vários males. Mas atenção, homens devem usar a mão direita e as mulheres a mão esquerda. Senão pode ter efeito contrário, hein?

Apesar da visita a este sítio ser rápida, nos atrasamos um pouco com os ambulantes. Ficamos deslumbrados com os bibelôs, blusas, echarpes e artesanato inca. Seguimos morro acima e estávamos em Pukapukara. Forte feito de grandes paredes, terraços e escadarias, um exemplo de arquitetura militar, que também funcionava como um centro administrativo.

A impressionante estrutura de pedra que se levanta sobre o vale de Cuzco fica com a cor avermelhada conforme a incidência da luz do Sol. Por isso o nome do lugar, Pukapukara, que significa forte vermelho. O complexo possui vários recintos, praças interiores, aquedutos e caminhos que serviram como local de descanso e alojamento. A vista dos vales ali é fantástica.

Terminamos nosso roteiro por volta de umas 13 horas e retornamos ao hotel em Cuzco. A ideia era tomar um banho, almoçar, e ás 15 horas tinham marcado com taxista de nos levar para Olantaytambo, onde ficaríamos por um dia e ao anoitecer tomaríamos o trem para Águas Calientes.

O almoço deste dia ficou na história, queríamos algo rápido então pedimos um prato chamado “lombo saltado” achando que íamos comer um prato típico da região, pensa no quanto rimos quando chegou um prato com arroz, salada e bife a cavalo. Mas a diversão mesmo começou quando a moça do restaurante pegou nossos pedidos e começou um corre-corre com uma sacolinha de mercado comprar os ingredientes para fazer nossos “lombos saltados”, ela entrou e saiu umas 3 ou 4 vezes. Isso tudo acabou atrasando nosso almoço mais do que esperávamos e para completar nossa amiga Josie encontrou uma “peruca” em seu prato.

Chegamos de volta ao hotel e o Marco já estava nos esperando com seu táxi. Apesar de muito cansados, a viagem até lá foi muito divertida. Cinco passageiros dentro de um táxi não era a coisa mais agradável, mas nos acomodamos conforme deu.

O trajeto até a cidade de Olantaytambo não tinha a vista mais agradável de ver, muito pelo contrario, um amontoado de casas muito pobre feitas de barro, estradas íngremes e estreitas, confesso que era até meio assustador. Conforme íamos nos aproximando da cidade, meu medo só aumentava, olhava aquelas casas de barro, com placas de estalagem, hostel e ficava imaginando como seria o nosso hotel.

Mas quando chegamos à praça central da cidade, uma surpresa. Deparamo-nos com uma obra monumental da arquitetura inca. Ollanta é incrível, impregnado de história e com uma atmosfera mágica. Para cada lado que se olha, há uma curiosidade. É fantástico, um espetáculo á parte, um lugar mágico que ainda apresenta grande essência inca. Pequenas lojas de artesanato espalhadas ao redor da praça, com seus tuc-tuc estacionados.

Andar pelas ruas de pedras, com seu sistema de água canalizado pelas laterais das ruas é sinônimo de viagem no tempo! Pelas ruelas mulheres com trajes típicos, cores vibrantes, tranças nos cabelos e os filhos amarrados nas costas por mantos coloridos.
A pousada onde ficamos hospedados era bem central, um lugar muito bacana e aconchegante. Nos acomodamos, tomamos banho e fomos jantar e bater perna pela cidadezinha.

À noite em Ollanta é tudo de bom, o céu muito estrelado, não existem carros nas ruas, crianças brincando na praça, uma sensação incrível caminhar por ali. Jantamos em um restaurante muito simpático e depois demos uma esticada em um barzinho muito legal, a decoração totalmente zen, com balanços e redes servindo de banco. Tomamos algumas “cusqueñas e fomos dormir, o dia seguinte seria puxado, pois a ideia era conhecer as ruínas incas próximas ao povoado.

14/09/2013 – Terceiro dia – Ollantaytamo/Águas Calientes
Acordamos cedo, tomamos um café da manhã reforçado e começamos nosso “andejo” novamente. A entrada para as ruínas ficava bem próxima da nossa pousada, na Praça Mañay Racay, onde rola uma feirinha de artesanato e a igreja de Santiago Apóstolo. A porta de entrada é chamada Punku-Punko.

Impressionante ver de perto todo aquele monumento, e saber que tudo aquilo foi construído apenas com encaixes de pedras, tudo muito preciso e tudo pelas mãos dos incas. Considerado um dos maiores complexos arquitetônicos do Peru, por isso chamado de Fortaleza.

Subimos mais de 200 degraus até o topo, uma vista fabulosa de onde se vê os restos de vários templos, fontes cerimoniais e silos construídos em locais estratégicos, que, independente da época do ano, é sempre um lugar fresco conservando melhor os alimentos ali armazenados.
Lá pudemos observar o encaixe perfeito das pedras nas construções incas e visitar os terraços onde eram cultivados os produtos agrícolas. Com uma estrutura sensacional, o conhecimento deste povo, sobre adubação canalização de água, produção e conservação de alimentos é digno de ser visto divulgado e imitado. Numa montanha em frente, há uma formação rochosa semelhante a um rosto humano lembrando um rei com barbas. Tivemos uma experiência interessante com as explicações do guia que contratamos. A Fortaleza de Ollantaytambo é, sem dúvida, um dos maiores exemplos da arquitetura Inca avançado.

Depois desta aventura ainda tivemos pique para subir o morro em frente ás ruínas. De lá se pode ver toda cidade e a Fortaleza de outro ângulo. Uma vista espetacular. Tiramos muitas fotos, sentamos apreciar a paisagem e aproveitamos para descansar um pouco.
De volta á parte baixa, tomamos uma cerveja gelada na praça, demos uma volta de tuc tuc e fomos fazer um lanche antes de seguir para Águas Calientes que era nosso próximo destino.
O lugar escolhido não poderia ser melhor, um restaurante em um jardim bem aconchegante, com cadeiras de descanso espalhadas em torno das mesas de madeira bem rústicas. Tomamos algumas doses de pisco, cerveja gelada e sanduíches. A comida por lá não é das melhores, um tempero muito forte, mas nosso sanduíche estava muito saboroso. No final da tarde pegamos um taxi até a estação de trem onde embarcamos para Águas Calientes.

De Ollanta a àguas Calientes leva pouco menos de 2 horas e o serviço personalizado é um charme. Você faz a viagem de ida e volta num vagão confortável, com direito a várias janelas para observar a vista, que é linda.
A referência que nos passaram era de uma cidade vazia, sem absolutamente nada para se fazer. Acredito que a pessoa que nos passou esta informação queria fazer surpresa. Quando chegamos à estação a proprietária do hotel em que ficaríamos já estava nos aguardando com uma placa na mão. A moça andava muito rápido em direção ao hotel, mas pudemos perceber que de vazia a cidade não tinha nada, pois o movimento pelas ruas era intenso.

O mercado de artesanato da pequena cidade é um dos mais importantes centros de exposição e comercialização de produtos artesanais da região de Cuzco. Artesãos de diferentes comunidades campesinas e, inclusive, de outras zonas andinas do Peru, trazem seus produtos aos turistas de Machu Picchu.

A comunidade, localizada a 110 quilômetros da capital inca, oferece ao viajante serviço de hospedagem, restaurante, bar, farmácia, Internet, casa de câmbio, caixa automático, posto policial e de saúde para casos de emergência.
O rio que vem lá da montanha atravessa á cidade e alcança a “avenida” principal de Águas Calientes, a avenida Pachacutec.

Tomamos banho e saímos conhecer esse charmoso vilarejo. Próximo á estação, Inúmeras tendas de artesanato, onde os vendedores ficam no seu pé ao menor sinal de interesse, principalmente depois de perceberem que você é estrangeiro.
Pelas ruas muitos hotéis e restaurantes, onde te “pegam” no meio da rua oferecendo o cardápio. Descemos até a praça central, e nos deparamos com uma festa. O pessoal dançava no meio da rua embalados por uma banda que tocava nos degraus da igreja. Era tanta animação que resolvemos entrar na roda e participar do “folclore”.
Ficamos um tempo por ali e depois fomos jantar. Esse era sempre um problema, não simpatizamos muito com o cardápio peruano, alguma coisa no tempero não combinava com nosso paladar, por isso resolvemos comer uma pizza. Demos uma volta pela tendas de artesanato e voltamos ao hotel, pois a ideia era pegar o primeiro ônibus que leva os visitantes ao Santuário Histórico, nosso próximo destino.

15/09/2013 – Quarto dia – Machupicchu

Apesar de ter dormido mal, o meu quarto ficava para a rua, e o barulho era a noite toda, as 5:30 m da manhã já estávamos no terminal de ônibus rumo ao tão sonhado Machu Picchu, que em língua quéchua significa “montanha velha”. Para muitos, é a viagem de uma vida, para mim um sonho de criança conhecer a enigmática cidade. E faltava muito pouco para realizar este sonho.

A viagem não era das mais agradáveis, o ônibus seguia pela estrada muito estreita, com muitas curvas e precipícios. Em alguns momentos fechava os olhos para não ver o que tinha na lateral da estrada.

Ás 06:30 min da manhã estávamos no portão do Santuário. Carimbamos nossos boletos e ficamos aguardando o horário de abertura. Optamos fazer primeiro a subida do Huaynapicchu, aproximadamente 2700 m de altura, pano de fundo para as fotos clássicas e panorâmicas de Machu Picchu.
A subida não é para qualquer um, tem que ter fôlego e esquecer o medo de altura, e ainda tem a altitude, que detona com qualquer preparo físico, mas vale a pena para ver a cidade sagrada lá do alto, o visual é indescritível.

Chegar lá em cima é tenso, é muiiiiiiito alto, quando olhei para cima, tinha certeza que não conseguiria chegar. Há vários pontos praticamente verticais, só com uma escadinha estreita te levando para mais alto ainda. Eu e a Josie ficamos para trás, era muito cansaço, a altitude castigava, mas seguimos o conselho do guia que nos acompanhou em Olanta, subir lentamente, concentrando na respiração e sem conversar.

Chegamos às ruínas e construções que se equilibravam sei lá como naqueles precipícios. Era muita gente disputando espaço para achar o melhor ângulo para a foto. Metade da subida já tínhamos completado, eu continuava descrente de que conseguiria, mas segui em frente.

O próximo passo era passar dentro de uma mini caverna, para chegar à parte mais alta. Não sei como, mas consegui chegar la. Subi até o pontinho mais alto, onde só há rochas. É inesquecível, um estado de êxtase, uma mistura de cansaço, sede, medo, alegria e superação toma conta da gente. A impressão é que se está no topo do mundo. Ficamos ali um tempo, curtindo o visual e esperando a adrenalina baixar um pouco para começarmos a descer.

Na descida tem que ir pé ante pé, devagar, se apoiando em qualquer coisa que houver em sua volta, para não levar um tombo e se esborrachar direto para a morte, milhares de metros abaixo. É muito emocionante, cada metro caminhado é um obstáculo superado.
Cada segundo vivido ali, o medo, o cansaço, a sede, o desespero de não conseguir chegar, tudo é compensador e indescritível, é um momento que vai ficar para sempre na minha memória.

Por volta de 11 horas estávamos de volta no portão de entrada. Descansamos um pouco, tomamos água e fomos “negociar” um guia para nos acompanhar na visita ás ruínas do Machu Picchu.

Caminhar entre as construções de grandes pedras polidas, parar e apreciar a vista incomparável, a inesquecível Porta do Sol, entrada oficial da cidade perdida. Passamos pela Plaza Principal, espaço dedicado aos mais diversos tipos de rituais, onde continha um altar e um monumento com as escrituras sagradas. Seguimos até a pedra Sagrada, Intihuatana, rocha tida por muitos como poderoso centro de energia, cultuada até hoje. O mausoléu real, local que, segundo historiadores, foi encontrada dezenas de múmias em 1911.

À medida que íamos percorrendo as ruínas ele nos explicava cada detalhe daquele conjunto de construções de pedras em ruínas. São casas, templos, aquedutos, praças e degraus (terraços em que os incas praticavam agricultura),em função de sua localização de difícil acesso, foi apelidada de "a cidade perdida". Tudo projetado com um sistema complexo de captação de água, movimento dos ventos, nascer e por do sol, para favorecer a agricultura e condições de vida, induzindo á meditação e adoração dos elementos da natureza. Tudo ali é muito místico, é como entrar em outra dimensão e compartilhar dos segredos que aquelas pedras mantêm ocultos até os dias de hoje. Ficamos por muito tempo andando por lá, tirando fotos, apreciando a paisagem e curtindo cada minuto daquele que seria com certeza, um inesquecível passeio.

Nosso guia não era dos melhores, mas conseguiu passar com clareza a historia da misteriosa cidade.
Final da tarde voltamos de ônibus a Águas Calientes, onde pegamos o trem e retornamos a Ollanta, onde havíamos combinado com o taxista Marcos para nos levar novamente a Cuzco. Na verdade o táxi não foi a melhor opção, pois estávamos mega cansados e viemos apinhados em seis dentro do carro, sendo que em Ollanta sai vans e ônibus a todo instante para Cuzco. Mas como não tínhamos nos informado a respeito disso acabamos pagando o preço rsrs... Deixamos o motorista quase louco com tanta conversa, cada um queria falar um pouco sobre a experiência vivida, uma loucura.

16/09/2013 – Quinto dia – Batendo pernas em Cuzco
Neste dia resolvemos ficar em Cuzco para conhecer um pouco mais da cidade e buscar a maneira mais fácil de chegar no dia seguinte ao Vale Sagrado. Pesquisamos em algumas agências de turismo, mas optamos em fazer o passeio de ônibus. Em uma das agencias que entramos aconteceu algo um tanto estranho. O senhor que nos atendeu era um tanto místico, e acabou entrando em sintonia comigo e com o Wellington. Falou de algumas particularidades dele sobre a família, pediu que usasse a cor roxa e voltasse lá para conversarem, ele fez isso no último dia. Quanto a mim sugeriu o amarelo para que eu tivesse um sono mais tranqüilo e soltasse o mundo das costas.
Mesmo que você não queira comprar nada, vale a pena dar uma passeada no mercado para pelo menos observar os costumes locais.

17/09/2013 – Sexto dia - Pisac – Moray - Salineras
Acredito que a maioria das pessoas, quando pensa em uma viagem ao Peru, só consegue imaginar Machu Picchu, e eu era uma delas. É claro que esse é o ponto alto da viagem, mas existem outros sítios arqueológicos grandiosos e super preservados que com certeza não são apenas coadjuvantes. O Vale Sagrados dos Incas fica entre Cuzco e Machu Picchu, e engloba os povoados de Pisac, Ollantaytambo, Urubama e Chinchero.

Pegamos um ônibus muito cedo em Cusco, o trajeto levou pouco mais de 40 minutos por ruas de chão, curvas, casas penduradas nos barrancos, a impressão que se tem é de um lugar miseravelmente pobre, contrastando com paisagens incríveis, montanhas enormes que protegem vales de plantações verdes e rios fluindo entre os lugares. A cada curva do ônibus, a cada nova paisagem, um novo deslumbre. Nossa primeira parada foi em Pisac, onde contratamos um táxi para nos levar até a entrada do sito arqueológico.

Para chegar às ruínas é preciso enfrentar uma caminhada. Fomos seguindo a multidão, tentando tirar fotos do lugar sem que os turistas fizessem parte da paisagem. Uma das partes mais interessantes foi a região do cemitério, que na verdade é constituído de buracos cravados na montanha. Os Incas eram enterrados na posição fetal. Exploramos as redondezas e partimos para uma subida pelas ruínas, até o cume da montanha. A distância até que não é grande, o problema é que a subida é íngreme e um pouco cansativa, em alguns trechos as escadas são estreitas e há fluxos de pessoas tanto na subida quanto na descida, e tínhamos horário marcado com o taxista para nosso retorno.

Durante o percurso temos uma ótima vista do povoado de Pisac. As ruínas de Pisac quase não foram destruídas pelo homem ou pelo tempo. No alto da para ver algumas fortificações, o Templo do Sol, o Templo da Lua e as famosas terraças de agricultura, cortes planos feitos na montanha para desenvolver a agricultura e que são utilizadas até hoje.
A imensidão do vale impressiona ao mesmo tempo em que o vento traz certa sensação de paz e tranqüilidade.

Neste dia eu já estava bastante cansada, o corpo não respondia mais. O pessoal seguiu na frente para segurar o taxista enquanto eu segui meu ritmo, achando que não ia conseguir chegar, a Clarice foi parceira e ficou me fazendo companhia. Quando chegamos já estavam nos aguardando para voltar até a cidade.

Pegamos um ônibus que nos levaria até Moray, a “rodoviária” de Urubamba onde esperamos o ônibus era sinistro, tinha de tudo, camponeses, estudantes, cachorro, galinhas, e ônibus monobloco, parecia daqueles dos filmes de Indiana Jones. Acreditem se quiser, mas no caminha uma mulher pediu ao motorista que parasse, desceu, fez xixi ao lado da porta e retornou ao seu lugar. Apesar de tudo isso, um povo muito educado, levantavam para dar lugar aos turistas, explicavam cada paisagem onde passávamos.

Moray - Descemos na estrada e negociamos um taxi que nos levou até Moray, nome do laboratório agrícola inca, um sítio arqueológico constituído de hipnotizantes terraços circulares. A história e a inteligência que eles tinham ao elaborar aquele lugar é fascinante, tem uma energia fantástica que é de deixar arrepiado não só pela beleza mais também pelo significado. Até hoje fico me perguntando como os Incas conseguiram construir algo tão magnífico.
Eu estava esgotada, a gripe do dia anterior chegou valendo, respiração ofegante, muita dor de garganta, mas tudo valeu a pena. De cima o visual é fantástico, pode-se tirar fotos incríveis. Fiquei por ali fotografando enquanto Herik, Josie, Wellington e Clarice desciam os terraços, eu não conseguia dar mais um passo. Dali seguimos para Maras.

Salinas – Antes de chegar as Salinas de Maras, paramos num mirante muito bacana no qual era possível ver as montanhas nevadas. Logo na vista lá de cima na estrada, o cenário já impressiona. E chegando mais perto fica mais interessante ainda, pois você consegue ver bem certinho a camada de sal. Logo na entrada, há uma feirinha com artesanato em sal e passando por ela você chega às salinas.

Além da beleza do local, algo que chama a atenção é a mão-de-obra ali utilizada, desde os tempos pré-Inca, o sal foi obtida em Maras por evaporação de água salgada de um córrego subterrâneo local. A água é altamente salgada e emerge de uma corrente de água natural subterrânea. O fluxo é direcionado para um complexo sistema de pequenos canais construídos de modo que a água corre para baixo gradualmente para as várias centenas de pequenas lagoas em forma de escadas com o fluxo de água cuidadosamente controlados pelos agricultores. A água evapora dos lagos aquecido pelo sol e se torna supersaturada de sal que se acumula no fundo. Então é fechado o fluxo de água e após alguns dias ao sol o sal é raspado e recolhido.

Infelizmente eu havia chegado ao meu limite, a gripe, dor de garganta e o cansaço tomaram conta e não consegui descer ate ás salinas, tirei algumas fotos de cima e fiquei sentada aguardando o retorno do pessoal.

O taxista nos levou de volta á estrada, estávamos zerados de dinheiro, fizemos uma vaquinha que foi o suficiente para pegarmos uma van, o preço era um pouco mais caro que o ônibus, mas diante do cansaço que estávamos, era bem mais confortável.
Chegando ao hotel, tomamos um banho, descansamos um pouco e nos encontramos para nossa última noite em Cusco.

Fomos jantar em um restaurante muito simpático, que, aliás, foi o único dia que eu posso dizer que a comida estava saborosa. Optei por uma macarronada ao molho Alfredo, uma delícia. Na entrada do restaurante informava que tinha música ao vivo. Quando entramos os músicos estavam guardando os instrumentos, mas a pedido, resolveram subir ao palco novamente para cantar para os “brasileños”. Tomamos algumas “cusquenhas”, demos mais uma volta pela Plaza de Armas e voltamos ao hotel.

18/09/14 - Último dia - Compras

Neste dia acordamos um pouco mais tarde e fomos comprar as lembrancinhas para os amigos e familiares. Como já estávamos quase sem dinheiro, optamos por camisetas, chaveiros, toucas, carrancas, imãs de geladeiras, enfim, coisinhas mais baratas.
Perto da hora do almoço voltamos para o hotel, arrumamos as malas e pegamos um táxi que nos levou até o aeroporto de Cuzco. Ali começava novamente nossa aventura de volta ao Brasil.

Clarice acabou pegando uma diarreia daquelas, era um verdadeiro corre corre no banheiro dos aeroportos.

De Cuzco embarcamos para o Peru. Ficamos um pouco por lá, por conta de um tumulto para aguardar uma celebridade do cinema americano que estava para chegar.
Como nosso vôo seria de madrugada, resolvemos dar uma volta. Pegamos um táxi e seguimos para mais uma aventura, fomos conhecer o Shopping Larcomar. Situado a beira mar, absolutamente genial. Fica no alto, e como tem uma área aberta com um mirante, tem-se uma vista espetacular da praia, que integram o céu e o oceano. que apesar de estar escuro, dava para perceber que a região é muito bonita, ao longo da estrada, uma praia maravilhosa, a Ipanema de Lima.
Além das lojas, o Larcomar tem cinemas, cafés, restaurantes e discotecas, é um verdadeiro complexo de entretenimento. Fizemos um lanche, tomamos um sorvete e retornamos ao aeroporto.

Na hora do embarque surgiu um pequeno probleminha, eu havia perdido meu cartão de visto de entrada no país, mas nada que não pudesse ser resolvido com o pagamento de uma pequena multa para o setor de imigração de 25 soles. Retornamos ao Brasil sem maiores problemas, exceto a diarreia da Clarice que insistia em acompanha-la na viagem.

O grande sonho realizado

 
Superação - Do alto do Huayna Pichu - 27000 m


Vista do alto do Huayna Pichu - 2700 m



Terraços agrícolas circulares em Moray
Moray - Terraços circulares



A subida do Huayna Pichu por uma escadinha estreita





Na cidadela de Machu Pichu